quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Da pele exposta

Começa assim. Os dois na cama, às 19 horas, no comecinho do filme. Filme do qual os dois já sabiam o final. Filme esperado durante tanto tempo, que quase já havia se desistido do coitado. Aqui, troca-se o "comer toda a pipoca" durante os trailers dos quais não interessam, por beijos no ombro. Exatamente no lugar, onde a blusa dela não cobria, e ela sabia, pois fazia de propósito, e vinha pensando naquilo desde um certo tempo. Não há descrição que se aplique ao simples toque que ele lhe causa. Quase sempre, o local nem importa. Bastam as mãos, pele e o calor dos corpos. 

Envolvidos então em uma única nuvem de pensamentos nem-tão-cristãos, eles se olham. Ah! O olhar... Diz tudo sem sequer abrir a boca. Trabalham juntos, os olhos, em uma espécie de código, do qual ninguém de fora desse ninho maluco pudesse decifrar. Mas os dois entendem muito bem. Tão bem, que já partiram para o próximo passo. As mãos deslizam sem ter nenhuma percepção do mundo lá fora. As línguas se entrelaçam de uma maneira que não pode ser descrita como uma coisa só. É vontade, paixão e desejo. Deixa pra lá o romantismo, e pensa no agora, no nós, aqui. Ela se lembra que isso pode não durar pra sempre, mesmo alguns dizendo que pode, por isso abusa do momento. Dá forma ao pensamento de sentir o corpo novo que se formou, da junção desses dois. 

E o filme lá, no fundo, bisbilhotando e sofrendo de amor alheio. Coitado, nunca viu tanto sentimento espalhado, dentro de 4 paredes, pra um lugar que antes parecia tão apertado, já se parecia com um oceano sem fim. 


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